terça-feira, 3 dezembro, 2024
Retrospectiva 2024:quais histórias escreveremos em 2025?

O fim de mais um ano sempre traz consigo a oportunidade de revisitar os capítulos que escrevemos, não apenas como sociedade, mas também em nossas próprias vidas. Em 2024, os artigos que construímos juntos foram muito além de palavras: foram provocações, questionamentos e, muitas vezes, aquele desconforto necessário para nos tirar da inércia. Se o Natal é o momento de olhar para o que construímos e agradecer pelo que foi bom, o Ano Novo é o convite para abrir novas páginas. Mas quais histórias estamos realmente preparados para escrever?
Neste ano, a discussão sobre o papel da tecnologia na escola foi um chamado para nos questionarmos: estamos preparando os jovens para protagonizarem o futuro ou apenas os distraindo com a ilusão de conectividade? O debate também revelou uma inquietação maior: onde começa e termina o papel da escola e da família na formação de indivíduos? Afinal, educação é um ato coletivo e contínuo, mas estamos realmente assumindo essa responsabilidade como pais, professores e cidadãos? Ou continuamos empurrando a culpa uns para os outros enquanto os jovens, perdidos, tentam descobrir sozinhos o que fazer com o mundo que deixamos para eles?
Em agosto, a política nos chamou à reflexão. O aniversário de Mogi das Cruzes e as eleições municipais foram um pano de fundo perfeito para ironizarmos as festas de “comemoração” enquanto ainda tropeçamos em buracos, desconfianças e promessas vazias. O problema é: estamos escolhendo bem quem escreve os capítulos do futuro da nossa cidade? Ou continuamos aplaudindo os protagonistas errados e ignorando os coadjuvantes que realmente fazem a diferença? Ao mesmo tempo, reconhecemos que a política é feita de pessoas, e algumas delas ainda têm coragem de lutar pelo bem comum.
A inclusão foi outro tema que nos trouxe à mesa para uma conversa mais profunda. Em outubro, refletimos sobre o papel das crianças como exemplo de acolhimento e empatia, algo que os adultos insistem em complicar com preconceitos ensinados. No entanto, a discussão foi além da sala de aula: será que estamos dispostos a olhar para todas as necessidades especiais com a mesma seriedade? Ou continuamos apenas romantizando algumas histórias enquanto esquecemos de criar condições reais de inclusão para outras? E mais importante: até onde vão nossas ações e onde começam nossas desculpas?
Agora, enquanto montamos as luzes de Natal e revisamos nossas resoluções de Ano Novo, fica a pergunta: o que aprendemos com 2024? Que capítulos vamos escrever sobre nossas próprias vidas e sobre o mundo ao nosso redor? Se 2025 é uma página em branco, que histórias queremos contar? Porque, no final, de nada adianta celebrar o presente ou planejar o futuro se não estivermos dispostos a arregaçar as mangas e reescrever, com coragem, o que realmente importa. O mundo muda, mas só muda se nós também mudarmos. E aí, prontos para virar a página?

Richard Debre, professor, educador, empresário, consultor, sonhador.

0 Comentários

Deixe um comentário

CLIQUE ABAIXO PARA LER A EDIÇÃO

SIGA A OPINIÃO NAS REDES SOCIAIS

INSTAGRAM

APOIO