quinta-feira, 21 novembro, 2024
O filho de Deus

Numa série de filmes por nós assistidos, cujo tema é a comemoração festiva do Natal, nenhuma vez e em qualquer circunstância foi citado o nome de Jesus. Que povo é esse que comemora as datas festivas e cívicas, porém, se esquece de celebrar o aniversário do Rei?
Em 1966, no auge da fama dos Beatles, John Lennon, quando entrevistado, fez a observação que eles se tornaram mais populares que Jesus, e que a fé cristã estava declinando na medida em que era superada pelo rock. A fé em Jesus continua e a banda dos Beatles nem mais existe.
No tempo do nascimento de Jesus, o poder das armas do Império Romano pressionava a todos a adorar o “divino” César; a pregação de Jesus atraiu a multidão alicerçada no amor e na justiça. A espada do Império Romano não conseguiu manter sua existência, mas o Evangelho de Jesus construído em amor é eterno. A geração jovem do pós-guerra encontrou um campo devastado de esperança no futuro e se limitou a afirmar que amar é viver sem se importar demais com as fronteiras limitantes da moral, erguendo a bandeira existencialista de Sartre da liberdade sem censura, daí o distanciamento do jovem da Igreja e dos princípios da fé cristã.
Diferente dos magos que vieram do oriente para adorar o menino Jesus, e inquiriram na cidade de Jerusalém: ”Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para adorá-lo”. As afirmações dos magos não agradaram os ouvidos do Rei Herodes, então, convocou todos os sacerdotes e escribas e indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam, conforme a profecia de Miquéias 5: 2: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel”. Embusteiro e receoso de ser destronado enviou os magos à Belém para encontrar e adorar a criança e avisá-lo para que a adorasse também, porém, avisados em sonho da má intenção do rei regressaram por outro caminho a sua terra.
Quando se faz acusação contra alguém, essa pessoa procura juntar provas de sua inocência. Pense você, quando Jesus, o Senhor de toda Criação, acusar o homem de desprezá-Lo, rejeitar o seu sacrifício na cruz e ainda, dar as costas a sua Palavra Revelada, poderá como criatura diante de Cristo, assentado no trono branco como único Juiz no tribunal do Juízo Final, ter recurso jurídico humano para contestá-Lo? Não, não haverá júri, advogados ou promotores humanos de defesa ou acusação porque a sentença já está promulgada para os mortos sem Cristo: condenação.
Deus se alegra em ver a família festejando o espírito do Natal: prazeres da mesa, beijos e abraços, presentes compartilhados e lindos enfeites iluminados por centenas de lâmpadas pisca-pisca, tudo é festa. Mas festa pra quem? Só pra nós? Não, pelo nascimento de Jesus a quem devemos levantar uma prece de gratidão pela vida, pela saúde e pelos bens materiais, morais e espirituais alcançados a cada ano. Nenhum presente humano é tão significativo para Jesus como um coração agradecido. No início do livro de Isaías lemos a acusação de Deus contra a apostasia do reino de Judá, no século 700 a.C: Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: “Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra Mim.
O boi conhece o seu possuidor, e o jumento o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniquidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás”.
Deus sempre se ressente da constante ingratidão daqueles que se dizem cristãos, e se esquecem no Natal, em família, de adorar e glorificar a Jesus, Nosso Senhor e Salvador. Infelizmente, em muitos lares cristãos as crianças amam mais o bom velhinho que traz presente todo ano, Papai Noel, do que Jesus, o Filho de Deus, que deu o melhor presente para cada uma delas, a vida eterna, pela Sua morte na cruz.

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Dr. Mauro Jordão é médico ginecologista.

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