O primeiro de setembro, aos mogianos, é sempre uma data reflexiva. Para lembrar de uma Mogi das Cruzes antiga, rural, batalhadora, ancorada em valores, na tradição e na proximidade entre as pessoas. Também para refletir sobre a trajetória de uma Mogi jovem, sonhadora, inovadora, cada vez mais consolidada como polo industrial e agrícola, que atrai empresas e pessoas em busca de qualidade de vida, a poucos quilômetros de São Paulo. E, pensando no amanhã, a data é uma oportunidade para projetar uma Mogi do futuro, que vencerá desafios e abrirá novos caminhos.
São 464 anos de uma cidade que é apenas seis anos mais nova do que a Capital. O tempo passou rápido. Vieram as inovações, as tecnologias, novas culturas foram incorporadas, mas a tradição não se perdeu. A riqueza cultural do povoado, que nasceu às margens do então Rio Anhembi, hoje chamado Tietê, prevalece. Das festas do Divino às obras de arte espalhadas por aí, são rastros de uma Mogi que vibra, de pessoas especiais, acolhedoras e de profissionais e de negócios, que se destacam regional, nacional e internacionalmente, em áreas como esporte, cultura, tecnologia, comércio, indústria, ciência e muitas outras.
Contemporaneidade
Aos poucos e para acompanhar seu próprio crescimento, a área urbana se modifica. Dados do Anuário do Mercado Imobiliário realizado pelo Secovi-SP, referente ao ano de 2023, aponta que, só nesse período, foram lançadas 1.255 unidades residenciais em Mogi. Outro dado aponta que, no mesmo ano, 1.246 unidades foram vendidas, o que contempla unidades novas ou em estoque.
A mogiana Helbor Empreendimentos S.A., com atuação em várias partes do país, é um dos destaques, tendo lançado e entregado inúmeros empreendimentos na cidade, entre residenciais, comerciais, sem contar os projetos que ainda estão em fase de construção. Quando se fala em HBR Realty, outra empresa do grupo, acrescentam-se os malls, as obras para modernização do Mogi Shopping e a inauguração do Shopping Patteo Urupema, na região central, que dão o ritmo para uma transformação urbana que surpreende.
Há ainda empresas nascidas na cidade que ultrapassaram os limites territoriais do Brasil. O Grupo Simpar, por exemplo, comanda JSL, Movida, Vamos, CS Brasil, Automob, Banco BBC Digital e CS Infra e mantém operações em todo o país, além de outros países na América, Europa e África. Ao lado da Ribeira Empreendimentos Imobiliários, que se destaca com vários lançamentos, o Grupo Simpar faz parte da holding JSP (Júlio Simões Participações).
Números positivos
Hoje, o município conta com cerca de 460 mil habitantes espalhados por cerca de 700 km², de acordo com dados do IBGE. A localização estratégica e os investimentos em modernização e inovação atraem novos negócios, impulsionando o desenvolvimento. No total, são cerca de 57,3 mil empresas ativas, segundo o Painel de Dados de Registro de Empresas do Governo Federal. Só nos últimos anos, houve um acréscimo de 20.699 novas empresas, um aumento de 56% neste período. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que Mogi chegou a 3.940 novas vagas de emprego no 1º semestre de 2024.
Ecossistema de inovação
O novo Polo de Inovação e Projetos Avançados, o Pipa Hub, foi uma das melhorias implantadas pela administração pública neste ano. O local, o conceito do então Polo Digital, oferece atendimentos de empregabilidade, qualificação e inovação, bem no centro da cidade. Dentre as estruturas disponíveis à população, conta com salas de Coworking, Áudio e Vídeo, Podcast e Reunião, assim como a Arena de Eventos, cabines de vídeo conferência e o FabLab.
Ancorada em suas raízes históricas, a economia mogiana floresce com vigor, impulsionada pelo setor industrial, em que os segmentos metalúrgico, químico e de embalagens se destacam. E no agronegócio, continua se destacando, com a produção de hortaliças, flores, caqui e cogumelos, agora fortalecidas por tecnologias avançadas que aumentam a produtividade e a qualidade.
Na área educacional, são quase 300 estabelecimentos de ensino, incluindo níveis fundamental e médio. Sem contar uma universidade, um centro universitário e vários cursos técnicos, que formam profissionais e contribuem para impulsionar a economia local.
Segurança e infraestrutura
Em termos de segurança pública, os destaques ficam com o recente Centro de Operações Integradas (COI) e a Muralha Digital Inteligente, juntamente com a instalação de novos totens de segurança e a substituição de câmeras antigas. A Guarda Municipal, que trabalha em colaboração com a Polícia Militar para garantir a segurança da população, foi reequipada com novos veículos e profissionais.
Na infraestrutura urbana, importantes obras estão em andamento para melhorar a mobilidade e a fluidez do trânsito, como a transformação da atual “Rotatória do Habib’s” em um cruzamento com semáforos e a construção do Corredor Nordeste, que prevê melhorar o trânsito na região de César de Souza. Somam-se a isso, outras medidas para beneficiar a região central e bairros da cidade.
Apesar de ter grandes desafios pela frente, esta terra abençoada olha para o futuro com otimismo. Com uma economia diversificada e uma população engajada, Mogi se prepara para abraçar as oportunidades que vêm pela frente.
Mogiano é o 1º medalhista das Olimpíadas
Foi de um mogiano a primeira medalha do Brasil nas Olimpíadas de Paris, em agosto. O judoca William Lima, que foi um dos alunos do icônico Sensei Paulino Namie, voltou para terra natal com a medalha de prata, depois de competir na categoria até 66 kg. Exemplo de garra e superação, o atleta conheceu o esporte na Terra do Caqui. Em 2015, entrou para a equipe do Pinheiros, na Capital. E, a partir daí, ganhou o mundo até chegar às Olimpíadas deste ano.
Japoneses influenciam cultura, comércio e indústria
Segundo historiadores, em 1919, os primeiros imigrantes japoneses chegaram por aqui. Hoje, não dá para falar da história da cidade, sem mencionar a colônia japonesa como uma das referências. A cultura oriental está por toda parte. Mais recentemente, dentro do Parque Centenário, foi reaberto o Centro de Cultura e Memória Taro Konno – que homenageia o primeiro nissei a ser eleito vereador em Mogi. No espaço, é possível conhecer um pouco mais sobre as tradições, costumes e a história da imigração japonesa. O prédio recebeu melhorias de estrutura, cobertura, esquadrias e pintura, além de revisão de toda a parte estrutural e a aquisição de equipamentos audiovisuais.
No início, o agronegócio era a principal área de atuação deles e, até hoje, a produção mogiana é destaque em todo o Brasil, mas o comércio e a indústria são outras áreas de atuação significativa. Várias empresas foram iniciadas ou adquiridas por descendentes dos primeiros imigrantes.
O Shibata Supermercados é um importante exemplo. A primeira unidade foi fundada na cidade em 1976, por filhos de imigrantes japoneses. Era o “Shibatinha”, com 300 m², então localizado no bairro do Socorro.
Mais tarde, em 1996, foi inaugurada a unidade da Vila Industrial, hoje, a maior do grupo em Mogi, com 5 mil m² de área para vendas. Atualmente, o município conta com quatro unidades Shibata. No total, de acordo com o site da empresa, são 30 unidades espalhadas por várias cidades da Região Metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral. Por outro lado, a Rinnai é uma fábrica também de origem japonesa e uma das mais antigas sediadas em Mogi. Instalada por aqui desde 1975, já vendeu mais de 1,7 mil aquecedores de água a gás para todo o País. Antes, porém, esses aparelhos eram importados. Neste ano de 2024, a empresa comemorou a marca de 1 milhão de aquecedores fabricados em Mogi, consolidando a atuação da empresa no Brasil.
Valorização de profissionais mogianos
O setor turístico e hoteleiro recebeu, recentemente, um novo impulso. Uma parceria entre o Club Med, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e a Prefeitura de Mogi, criou vários cursos gratuitos de hotelaria. Até agora, já foram capacitadas 163 pessoas e outras 112 estão em processo de formação. Passada a fase de capacitação, o Club Med, um gigante da hotelaria com unidades em várias partes do mundo, realiza contratações, de acordo com um critério próprio, oferecendo oportunidades de emprego aos mogianos.
Os desafios são ainda muitos; mas é no dia a dia que a história da cidade é contada. Cada negócio aberto, cada sonho que sai do papel, cada conquista pessoal ou profissional, cada mudança de rumo, cada passo dado, cada erro, cada aprendizado… Mogi das Cruzes é construída a cada novo amanhecer. A missão dos mogianos é fazer uma cidade melhor a cada dia. Parabéns, Mogi!