Muitos comentam que jamais viram crise como a atual, jamais enfrentaram tanta dificuldade e insegurança sobre o amanhã como agora, sobretudo porque a crise não se restringe à economia, ou pelo menos, essa não é o maior foco, mas, sim, estende-se para a política, em especial, bem como se alastra para as instituições, cuja credibilidade geral tem despencado ao longo das últimas décadas.
O maior problema é que esta crise generalizada está minando os valores da sociedade brasileira, já tão acachapados pelo pós-modernismo, à medida que o exemplo desses grandes líderes suspeitos e condenados influencia, especialmente, crianças, adolescentes e jovens que observaram a sequência de descalabros, estupefatos, mas também, muitas vezes, refletindo: a maior parte da alta liderança da nação cometeu contravenções e crimes para se privilegiar, grande número continua impune e, ainda que alguns tenham perdido seus cargos, experimentado o bloqueio de bens, outros estejam presos, talvez essa seja uma boa forma de obter grandes vantagens para si, da maneira mais fácil, já que o pensamento dominante é o de que o fim justifica os meios.
Talvez muitos estejam pensando desta forma e, além daqueles que são o país do amanhã, os que fazem o país de hoje, talvez também perguntem a si próprios: por que se esforçar tanto, por que sacrificar a empresa para cumprir tantas regras, pagar tantos impostos se os que exigem isso são tão infiéis?
Nesta conjuntura ímpar, nesta situação em que o lema dominante parece ser “salve-se quem puder”, é mister que os homens e mulheres honrados deste país não cedam em sua ortodoxia, mesmo tentados a isso, afinal, o erro de um não é aval para o erro do outro, nem tampouco, um erro justifica o outro.
Isto para que o Brasil não experimente o mesmo que experimentou Israel na maior parte do tempo de seus juízes, em que cada um fazia o que era certo a seus próprios olhos, levando os hebreus a séculos de instabilidade política, econômica e retrocesso.
É verdade que nos últimos três anos, com o novo governo, ao menos, na máquina pública federal, melhoramos muito no que refere à corrupção; não vemos mais um escândalo atrás do outro, etc.. Seja essa uma centelha a incendiar as mentes e os corações dos nossos líderes a caminho de extirpar esse terrível mal que nos assola!