Aprovado em em 5 de novembro de 1924, pelo Decreto nº4867, o “Dia das Crianças” foi oficializado no dia 12 de outubro e ganhou popularidade a partir de 1960 com promoções e divulgações para aumentar as vendas de diversas lojas de produtos infantis e brinquedos.
Mais do que uma data que marca o nosso calendário anual, o “Dia das Crianças” precisa ser, sem dúvida, permeado de muita reflexão. De acordo com a Organização das Nações Unidas, o “Dia das Crianças” é celebrado em 20 de novembro, data marcada pela aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, em 1959.
Independente de datas, que são marcos culturais que incentivam a mídia e o consumismo, escolas e diversas instituições do mundo inteiro discutem e comemoram esse dia das mais diferentes formas. São inúmeras discussões que dão lugar ao reconhecimento de um sujeito pleno de direitos, cujas opiniões devem ser ouvidas e respeitadas.
São princípios da declaração;
• direito à especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social;
• direito a um nome e a uma nacionalidade;
• direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente;
• direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade;
• direito à educação gratuita e ao lazer infantil;
• direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes;
• direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho;
• direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Fato é que não é necessário uma reflexão muito profunda, para concluirmos quantos desses princípios são feridos dia a dia, em todas as comunidades ao redor do planeta.
Ao falar dos direitos, é preciso também falar das responsabilidades. Faz-se urgente que ao mesmo tempo que se discuta sobre a criança, se discuta sobre questões globais nas quais elas estão inseridas e, nas quais em breve, desempenharão um papel protagonista. Trazer consciência sobre a água, sobre a fome, sobre moradia, sobre a diversidade, sobre respeito que vai além da tolerância, sobre acesso à informação, sobre o uso da tecnologia e sobre todas as transformações constantes no mundo deixou de ser uma aula especial na escola, uma palestra em um auditório, ou um vídeo no YouTube.
É preciso ensiná-las sobre as incertezas, para aprenderem a lidar com a ansiedade e a solidão. O imediatismo e a busca incessante e desenfreada por uma “tal felicidade” coloca muitas vezes em risco o equilíbrio de um universo que ao mesmo tempo que precisa prover precisa perpetuar. Precisamos garantir que nossas crianças e nossos adolescentes estejam preparados para transformar, para criar e para solucionar os problemas que nós mesmos estamos criando.
Não é somente uma questão de prepará-los para o mundo, mas trata-se de refletir sobre que mundo é esse que eles terão que viver, sobreviver e transformar. O direito que cada uma das crianças e adolescentes tem, nos traz, com certeza, grandes responsabilidades.