segunda-feira, 16 setembro, 2024
Carta aos meus filhos: O valor depois da morte

Meus queridos filhos (os meus e todos os outros),
Perto do Dia dos Pais, quero falar com vocês sobre algo muito precioso e, ao mesmo tempo, tão efêmero: o tempo que passamos juntos. Este dia, dedicado a celebrar a figura paterna, é também um momento de reflexão sobre a família, sobre a importância de estarmos presentes uns para os outros, e de valorizarmos cada instante.
Lembro-me das vezes que saí para trabalhar cedo, correndo contra o relógio, e de como poderia ter aproveitado aqueles minutos preciosos para um café da manhã em família. Quantas oportunidades deixamos escapar de almoçar juntos, de compartilhar uma refeição no final do dia, de simplesmente estarmos ali, presentes. A correria do dia a dia muitas vezes nos cega para essas pequenas jóias de convivência.
É comum ouvirmos que só percebemos o valor de certos momentos quando os perdemos, depois da morte. E, infelizmente, isso é uma verdade amarga. Quantas conversas não tivemos, quantos conselhos não pedimos, quantas risadas deixamos de dar, simplesmente porque estávamos ocupados demais?
Recordo-me de um poema de Carlos Drummond de Andrade, que dizia: “A vida necessita de pausas”. Essas pausas, muitas vezes negligenciadas, são oportunidades para nos conectarmos verdadeiramente com aqueles que amamos. Sem elas, a vida passa num piscar de olhos, e só então percebemos o que perdemos.
Esta carta é mais do que um desabafo; é um chamado à realidade. É uma tentativa de quebrar esse ciclo vicioso da distração e trazer à tona a importância do agora. Não esperem o tempo passar para valorizar as refeições em família, as visitas aos avós, as conversas no final do dia. Cada momento que deixamos passar é uma oportunidade perdida de amar, de aprender, de ser e de viver juntos.
Nesse dia dos pais, espero que possamos a presença de vocês em minha vida e a oportunidade de ser parte da família que construímos juntos. E desejo que possamos, todos nós, pais, mães, filhos, perceber a beleza e o valor dos pequenos momentos. Que possamos nos lembrar de que a verdadeira riqueza está no cotidiano, nas pequenas ações, nas simples demonstrações de afeto.
Que essa carta sirva como um lembrete de que a vida é curta demais para adiarmos os abraços, as conversas e os risos. Aproveitem cada dia como se fosse o último, e não deixem para amanhã o que pode ser vivido hoje.

Com amor,
[Pai]

Richard Debre, professor, educador, empresário, consultor, sonhador.

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