quinta-feira, 21 novembro, 2024
Mogi 463 anos: O desafio de construir o novo respeitando o passado


Neste ano, Mogi das Cruzes completa 463 anos com um cenário contrastante: entre suas ruas e vielas apertadas, cercadas por prédios e igrejas históricas que carregam o título de quarto município mais antigo do Estado de São Paulo, corre o dia a dia de uma cidade pulsante. Mogi é líder na geração de empregos no Alto Tietê, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aparece na 37ª colocação no ranking de Cidades Empreendedoras entre os 5.568 municípios do Brasil e recebeu o selo prata da plataforma Connected Smart Cities, ferramenta que reconhece boas práticas em cidades inteligentes. Frente a este desafio, está o prefeito Caio Cunha. Nesta entrevista exclusiva à Revista Opinião, ele falou sobre sua gestão e o desafio de construir o futuro de uma cidade que consegue unir o novo, sem deixar seu legado histórico de lado.

Prefeito, como é estar a frente de uma cidade como Mogi que tem tantos contrastes?
Caio Cunha: É um privilégio ser prefeito da cidade que eu amo. Com certeza, Mogi é diversa em sua cultura e cheia de contrastes. Alguns deles, apaixonantes. Outros, um tanto preocupantes. A maior riqueza de uma cidade está nas pessoas. Por isso, o contraste que mais me preocupa é o socioeconômico, que ficou ainda mais evidente no pós-
pandemia. Nosso trabalho nos dois primeiros anos foi o de colocar a casa em ordem, reequilibrando a balança financeira, solucionando as consequências deixadas pela pandemia e os problemas gerados pela histórica falta de planejamento a médio e longo prazo. Graças a Deus estamos conseguindo. A intensidade do nosso trabalho está em colocar Mogi das Cruzes na rota do desenvolvimento. Para isso, temos tornado decisões em cima de evidências e, com isso, além de ações resolutivas, temos criado um planejamento a médio e longo prazo. Se não fizermos isso, as consequências do inchaço urbano, como o excesso de trânsito, enchentes, violência e desigualdade social, continuarão aumentando.

Como foi fazer a cidade continuar crescendo mesmo diante de um contexto tão desafiador, como foi a pandemia da Covid-19?
Caio: Com decisões responsáveis e muito trabalho. Além de recuperar a liderança da geração de empregos, Mogi bateu o recorde na criação de empregos nos últimos 10 anos. Foram mais de 11 mil novas oportunidades geradas somente nos dois primeiros anos do nosso mandato. Também atingimos 41 mil empresas ativas em nosso município. Para que isso acontecesse, implantamos uma nova cultura de relacionamento entre a prefeitura e as empresas. Criamos um ambiente favorável e atrativo para novos negócios, desburocratizando e agilizando os trâmites internos. Além disso, criamos políticas de incentivo, readequamos o PROMAE (Programa Mogiano de Atração de Investimentos e Geração de Empregos) e reduzimos o ISS (Imposto Sobre Serviço) para empresas com base tecnológica. Também realizamos uma série investimentos estruturantes no distrito do Taboão, recuperando a estrada e melhorando as condições para oferecer melhores condições às indústrias que ali estão e outras que estão por vir.

Mas, não adianta atrair novas empresas se a cidade não conta com mão de obra para atender a demanda…
Caio: Com certeza. Nosso mantra tem sido “mogiano trabalhando em Mogi”. Pela primeira vez na cidade, a Administração Municipal foi até as empresas e perguntou quais eram as necessidades em relação à contratação de pessoas. Com esse levantamento, reformulamos o CRESCER e criamos cursos específicos para atender as demandas levantadas. Por exemplo, lançamos cursos de hotelaria em parceria com o Senac e o ClubMed, formamos 150 soldadores e 80 costureiras, para atender a demanda pontual do momento. Não podemos esquecer do Mogi Tech Academy, que oferece 190 opções de cursos gratuitos na área de tecnologia. Sem contar o Fundo Social, que está cumprindo sua missão na capacitação de pessoas, com a oferta de cursos nas áreas de gastronomia, beleza e costura.

Você citou o CRESCER, um projeto das administrações antigas que foi mantido. Este ano, a Prefeitura inaugurou o Vagalume, que substituiu o Pró-Criança no atendimento de saúde infantil. Qual o critério para decidir o que pode ou não ser mantido?
Caio: Não faz sentido mudar o nome de um programa ou equipamento simplesmente porque ele foi lançado por outra gestão. Se um programa ou equipamento foi implantado na cidade, não e mais de prefeito A, B ou C… É da cidade!!! Então, é simples: o que é bom tem que ser mantido e melhorado. Foi o que aconteceu com o Crescer, em que potencializamos seu alcance com a abertura de novos espaços e com a criação de novos cursos profissionalizantes. E, o Pró-Mulher, um programa já consolidado e bem avaliado, no qual incluímos o atendimento de novas especialidades e o integramos ao espaço da nova maternidade. Já o Vagalume, vai muito além da ampliação do atendimento que existia no Pró-Criança…

O Vagalume trouxe para Mogi um novo conceito de atendimento da saúde de crianças. Além de ser um prédio com estrutura mais moderna e ampla, com acessibilidade necessária para os pacientes com deficiência e transtorno do espectro autista.


O que mudou com o Vagalume?
Caio: O Vagalume trouxe pra Mogi um novo conceito de atendimento da saúde infantil. Além de ser um prédio com estrutura mais moderna e ampla, o Vagalume oferece às crianças um ambiente adaptado e uma forma de atendimento apropriada para o público infantil. Isso, sem contar o acolhimento personalizado para crianças autistas. Em termos de estrutura, o Pró-Criança já não atendia a demanda e o prédio antigo estava em uma condição precária. O Vagalume tem capacidade para atender 11 mil crianças/mês, quase o dobro do modelo anterior. Além de ter o dobro de leitos, consultórios e pontos de inalação. Há espaço suficiente para que as pessoas não precisem aguardar do lado de fora, como acontecia no Pró-Criança.

Quando a Maternidade de Braz Cubas vai começar a operar?
Caio: Esse é um dos grandes desafios que a nossa gestão herdou. Recebemos o prédio da maternidade com 30% das obras, sem qualquer estudo de viabilidade e nem previsão de convênio com o governo estadual, para custear seu funcionamento. Dessa forma, para manter a maternidade em funcionamento, o município teria o custo de R$ 5 milhões por mês. Um valor que não podemos cobrir sozinhos. Por outro lado, a especialidade de obstetrícia é de responsabilidade do Estado e, mesmo se utilizássemos somente recurso municipal, não poderíamos recusar o atendimento de munícipes de outras cidades. Hoje, o Estado tem convênio com a Santa Casa de Mogi das Cruzes para realizar aproximadamente 450 partos por mês. Conforme os números apresentados, essa quantidade tem sido suficiente para atender a demanda existente. Estamos negociando com o Governo do Estado para que nosso equipamento seja utilizado da melhor maneira. Nossa previsão e inaugurá-lo em junho de 2024.

A Unica Fisio passará a atender no novo CIAS, no bairro do Rodeio, com uma estrutura completa e totalmente acessível para oferecer tratamento de fisioterapia para pessoas com 60 anos ou mais.

Falando sobre o aniversário de Mogi, quais serão as novidades deste ano?
Caio: Faremos quatro dias de festa com a presença de grandes nomes da música nacional, com Péricles, Roupa Nova e Felipe Araújo, além dos artistas mogianos. Neste ano, inovamos na forma de realizar o evento. Uma empresa será responsável pela organização, contratação de artistas e parte da estrutura, com a contrapartida da exploração comercial. Com isso, realizaremos um grande evento, mas com baixo custo para o município. O acesso será mediante a doação de 1kg de alimento não perecível, que será encaminhado às atividades sociais do Fundo Social de Solidariedade. Além dessa grande festa, preparamos um calendário recheado com outras atividades culturais, entregas e duas grandes inaugurações nas áreas da Saúde e Segurança.

Qual é a surpresa para a Saúde de Mogi?
Caio: Inauguraremos o CIAS (Complexo lntegrado de Atendimento à Saúde), localizado no bairro do Rodeio. Este espaço integrará o UNICAFisio, UNICAlnfantil e CAPSi, um ambulatório de saúde mental infantojuvenil. Em setembro, começaremos com o atendimento do UNICAFisio, que deixa o prédio em Braz Cubas para ser instalado em uma estrutura melhor e mais ampla. O local conta com três piscinas aquecidas, quadra poliesportiva e salas com equipamentos para fisioterapia. Em novembro, o CIAS recebera os demais atendimentos para o público infantil.

Por meio de investimentos da iniciativa privada, como contrapartidas para empreendimentos na cidade, Mogi das Cruzes vem recebendo uma série de obras que vão melhorar e modernizar a mobilidade urbana, como a substituição da rotatória localizada próxima ao Mercado do Produtor por outra estrutura viária, aumentando a fluidez na região do Mogilar; o acesso aos bairros Jardim Natalie e Jardins do Paraíso e a drenagem e pavimentação da estrada Rikio Suenaga, no Conjunto Thaisa.


E qual será a segunda inauguração no mês de aniversário?
Caio: No final de setembro inauguraremos o COI (Centro de Operações Integradas), um centro de monitoramento e tomada de decisão que integrará as forças de segurança que atuam no município. Equipamentos de alta tecnologia estão sendo instalados para que a Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Civil tenham acesso a imagens de alta resolução e informações precisas para dar agilidade nas ações contra a criminalidade. Todas as entradas e saídas da nossa cidade serão monitoras por uma Muralha Eletrônica. Ninguém vai entrar ou sair da cidade sem ser identificado pelo COi.
E qual será a segunda inauguração no mês de aniversário?
Caio: No final de setembro inauguraremos o COI (Centro de Operações Integradas), um centro de monitoramento e tomada de decisão que integrará as forças de segurança que atuam no município. Equipamentos de alta tecnologia estão sendo instalados para que a Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Civil tenham acesso a imagens de alta resolução e informações precisas para dar agilidade nas ações contra a criminalidade. Todas as entradas e saídas da nossa cidade serão monitoras por uma Muralha Eletrônica. Ninguém vai entrar ou sair da cidade sem ser identificado pelo COi.

O que sua gestão tem feito para melhorar a Segurança?
Caio: Estamos focados em usar tecnologia e inteligência de dados para melhorar a segurança da nossa cidade. Embora a segurança seja responsabilidade do Estado, estamos aumentando nosso efetivo com a criação de 148 novos cargos de GCM e investindo em equipamentos e inovação. Além do COI, investimos na instalação de 40 totens de segurança em pontos estratégicos da cidade e nas escolas municipais. Funcionam como se fosse uma base da GCM, pois, além do monitoramento com câmera de 360 graus, o munícipe pode interagir com nossa GCM por meio de um interfone ligado a Central da Guarda Municipal. Também estamos investindo na instalação de 1200 novas câmeras pela cidade, algumas com reconhecimento facial, o que vai agilizar muito a identificação de crimes. Nos próximos meses, inauguraremos o canil municipal. Já temos dois GCMs de quatro patas: o Romeu e o Fumaça. Para iluminação pública, iniciamos o programa 100% LED, em que já foram instaladas mais de 6 mil lâmpadas LED pela cidade.

O Programa Nova Mogi de Recuperação Asfáltica já beneficiou 39 vias da cidade, distribuídas em 24 bairros. Terá investimento total de R$ 205,9 milhões – ao todo, serão mais de 150 vias atendidas, numa extensão mínima de 130 quilômetros, alcançando 70% dos bairros da cidade.

O trânsito em Mogi está ficando cada vez mais complicado. O que está sendo feito nesse sentido?
Caio: O trânsito é uma das consequências mais evidentes do crescimento desordenado da nossa cidade. Diversos empreendimentos imobiliários foram liberados sem que houvesse planejamento e investimentos na mobilidade urbana. Para corrigir isso, estamos alterando diversos dispositivos viários, como o novo acesso ao Jardim Natalie, novas vias em Cezar de Souza e retirada das rotatórias da perimetral, Mercado Produtor e Habib’s. Esta última seria entregue no mês de aniversário da cidade, porém entraram na justiça para atrasar a obra. Agora, a Prefeitura que, até então não gastaria 1 centavo do dinheiro público, terá de investir aproximadamente R$ 5 milhões para a realização desta obra. Não vamos esperar a tramitação judicial. Nosso maior investimento está no programa Viva Mogi, que oferecerá ao público de Cezar de Souza, Rodeio e Botujuru um novo complexo viário. Nesse momento, já foi iniciada a construção do Corredor Nordeste, que ligará as avenidas João XXIII e Francisco Rodrigues Filho.

O que podemos esperar para o futuro da cidade?
Caio: Meu maior objetivo em ser prefeito é preparar nossa cidade para o futuro. Nossa gestão tem levado isso tão a sério, que criamos o Programa Mogi 500 anos, o qual tem planejado a cidade que o mogiano quer e precisa para os próximos 40 anos. Trabalho para ver Mogi caminhando para o progresso, com as pessoas desfrutando de qualidade de vida. Nossa gestão tem se dedicado a colocar a casa em ordem, fazendo investimentos necessários, melhorando nossas ruas e avenidas com o maior programa de recape e pavimentação da história da cidade, levando dignidade e oportunidade para o mogiano e a mogiana. Ver Mogi bem, desenvolvendo-se de forma sustentável e inteligente é o que desejo. Sinto-me honrado de ser parte disso.

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