Nós mulheres somos movidas por uma “orquestra hormonal” todos os meses. Por meio de nosso ciclo menstrual, nosso corpo se prepara para reprodução. Deus nos ama tanto, que confiou a nós e nos entregou a missão de formar um ser humano dentro do ventre. Também é nossa a missão de alimentá-lo dia e noite, dar banho, trocar fraldas… e equilibrar isso com as tarefas das mães do século XXI, de cuidar da casa, trabalhar fora, ser uma profissional excelente, cuidar dos familiares e amigos, ser esposa presente e muito mais! Cansa só de ler né? E todos os dias fica alguma coisa para trás, porque é humanamente impossível dar conta de tudo com perfeição! E está tudo bem! Diante de todas as mudanças fisiológicas, nosso dia a dia não pode parar na questão da maternidade e da representação da mulher na sociedade.
E internamente, o que acontece com NÓS, MULHERES?
Uma avalanche de hormônios é a responsável pelas muitas alterações fisiológicas durante a gravidez, entre elas, a inevitável mudança de humor repentinas, inchaço, cansaço, constipação, aumento da fome , enjoos e outros sintomas. Uma nova revolução hormonal ocorre no pós-parto. Ela comanda o organismo e interfere em emoções e comportamentos. A saída da placenta, um órgão produtor de hormônios muito potente, causa uma queda abrupta nas quantidades de estrógeno e progesterona, secretados em abundância durante a gravidez. Seus níveis só voltarão ao normal com o desmame. Nessa fase, a queda natural desses dois é sucedida pela subida da prolactina, o hormônio da amamentação. Os seios aumentam, a expectativa da amamentação é grande, o cansaço e a sonolência também, o corpo ainda sente as dores que podem ter restado do parto.
Com tudo isso, não é raro não se reconhecer e entrar em desespero; se culpar por não dar conta de tudo é o mais frequente. A frase “nasce uma mãe, nasce uma culpa” é mais do que real. Ainda é nessa fase de maior fragilidade, que podem se manifestar uma série de alterações psíquicas, que vão desde o baby blues puerperal, uma tristeza e melancolia profundas, mas passageiras, até casos de depressão, compulsão e outros transtornos. Estudos mostram que essa orquestra hormonal se estabiliza após três meses do fim da amamentação.
A visão do médico auxilia as mães e, também, os homens a compreender essas mudanças corporais, ajudando as mulheres passarem por essa fase de forma mais tranquila. Faz-se urgente essa discussão ampla e geral para que as mulheres possam se livrar da culpa. E, com isso, praticar a maternidade com liberdade e auxílio masculino. Portanto, sem cobranças e gerando crianças mais autônomas e felizes.