quinta-feira, 21 novembro, 2024
Parabéns à CLT! Hora de aposentá-la

A CLT, lei que rege todas as relações trabalhistas no Brasil, completou 80 anos. Quando introduzida, cumpriu um papel importante de regulamentar a relação entre trabalhadores e empresários e melhorar as condições de trabalho e vida da maioria dos brasileiros. Há muito tempo, a situação mudou e a CLT, moldada para a sociedade, a economia e as relações trabalhistas de 80 anos atrás, tornou-se um empecilho para o desenvolvimento e a melhora das condições de vida e trabalho para a maioria dos brasileiros.

    Como, se a CLT não mudou? Exatamente porque a CLT não mudou, enquanto a sociedade, a economia e a tecnologia mudaram completamente.

– Em 1943, quando a CLT foi criada, a economia brasileira era agrária. Mais de 60% dos trabalhadores trabalhavam na roça; hoje, menos de 10%.

– Quase ninguém sabia o que era um telefone, em 1943. Em todo o país, havia apenas umas poucas dezenas de milhares. Hoje, só celulares inteligentes são mais de 240 milhões.

– Em 1943, nem os computadores tinham sido inventados. O primeiro, o “Patinho Feio”, só seria desenvolvido 30 anos depois, em 1972, na USP.

– Em 1943, a expectativa de vida no Brasil era de cerca de 45 anos. Hoje, cada brasileiro vive, em média, mais de 30 anos mais.

– Em 1943, pouquíssimas mulheres trabalhavam fora de casa. Hoje, a maioria está no mercado de trabalho.

– Menos de 5% dos estudantes universitários eram mulheres, em 1943. Hoje, são mais de 60%.

– Em 1943, o principal meio de informação era o jornal impresso, mas 63% da população acima de 10 anos era analfabeta. A televisão só chegaria ao país 7 anos mais tarde. Hoje, 90% dos lares brasileiros têm acesso à internet.

– Em 1943, os principais meios de transporte no país eram os cavalos e os trens. Em uma única hora, atualmente, mais pessoas voam de avião no Brasil do que em todo o ano de 1943.

   Eu poderia continuar, mas acho que já deu para perceber que a realidade mudou muito de 1943 para cá. Não seria hora de adotarmos uma nova legislação trabalhista, condizente com a realidade econômica, social, demográfica e tecnológica atual?

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Ricardo Amorim é autor do bestseller Depois da Tempestade, Influenciador latino-americano mais seguido no LinkedIn e Top Voice Influencer do LinkedIn no Brasil, economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes e único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner. Siga nas redes sociais: Linkedin: ricardoamorimricam Instagram: ricamorim Facebook: ricardo.amorim.ricam Twitter: Ricamconsult

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