O primeiro documento escrito, em que consta a celebração do Natal em 25 de dezembro data do ano 354 d.C. Desde então, algumas tradições são mantidas e outras sofrem alterações para melhor se adaptar às novas convenções da sociedade. Muitos resistem às mudanças, alguns esperam por elas, mas ninguém pode impedi-las. É por isso que acolher a diversidade, promovendo inclusão, informação, adaptações e participação, está entre os melhores presentes de Natal para este e todos os outros anos.
Nem todos percebem, mas, para pessoas neurodivergentes, o Natal pode representar um grande momento de angústia. Por isso, segundo a psicopedagoga e especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), Alessandra Lautenschlager Nogueira, o ideal, nessa época, é alterar algumas práticas para que todos possam participar com alegria, aproveitando bons momentos em família.
“Luzes piscantes e brilhantes, multidões barulhentas, decorações coloridas de Natal e comidas diferentes. Além disso, interação com pessoas – familiares ou amigos – que são vistas uma ou duas vezes ao ano; final das aulas, confraternizações, amigos secretos, compras, filas e lugares superlotados”, aponta a profissional, que é diretora e proprietária da Thélos Espaço Multidisciplinar.
Segundo ela, os preparativos para as festas de final ano e as muitas mudanças na rotina são apenas alguns dos motivos pelos quais dezembro pode criar tensão e sobrecarga sensorial, social e emocional em pessoas neurodivergentes.
“Para que todos possam participar, ‘informação’ é fundamental. Famílias e amigos devem ter conhecimento sobre as características do ente querido, que precisam ser compreendidas e respeitadas. A pessoa neurodiversa, na medida de sua compreensão, também deve conhecer as especificidades do local, das pessoas e das atividades que ocorrerão na festividade”, orienta.
Respeito
Alessandra explica que não há problema se algumas pessoas não quiserem participar das trocas de presentes (ou não quiserem abri-los). Nenhum mal, ainda, em não gostar de beijos e abraços, ou em não manter conversas “sociais” típicas desses momentos. Por outro lado, o que a pessoa neurodivergente tolera e for capaz de fazer, deverá realizar: “Isso é inclusão”, destaca.Não é esperado que haja excesso de cuidados; as habilidades sociais já desenvolvidas devem ser colocadas em prática, na medida do limite e da chamada “bateria social” de cada um.
Alessandra lembra que “planejamento” e “antecipação” são dois outros fatores que não podem faltar ao acolher todos com respeito. “Nada de surpresas; saber quem estará na festa, quais sons e cheiros podem estar presentes, são maneiras de tentar evitar desorganização sensorial ou desconforto entre os presentes.
Escolher a roupa com antecipação, refletir sobre as opções de comida e bebidas são formas de garantir que esses itens estejam disponíveis no dia, pois essa não é a ocasião ideal para experimentar coisas novas. Acolher preocupações e dirimir as dúvidas são outras formas de planejamento que afastam ‘problemas’ de última hora. Juntos e antecipadamente é mais fácil traçar estratégias para vivenciar esses momentos de confraternização com mais conforto”, pontua a especialista.
Porém, mesmo o melhor dos planejamentos e a mais genuína tentativa de antecipar todas as nuances do evento, estão sujeitos a falhas ou imprevistos. Por isso, flexibilidade é outro ingrediente fundamental. “Se o próprio indivíduo ou alguém próximo notar que sair mais cedo ou adiar a chegada, ou mesmo cancelar a presença evitarão estresse ou uma desorganização mais acentuada, deve-se optar pelo caminho do respeito e da empatia.
“Ninguém merece sentir-se mal somente para cumprir uma tradição; é melhor evitar uma experiência ruim e uma lembrança aversiva, para tentar, novamente, no ano seguinte, em melhores condições. Não há época melhor do que essa para colocarmos em prática os princípios do amor cristão e aceitarmos uns aos outros como realmente somos”, garante.
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